Não confie em nada. Não confie, por que a sua maior confiança, sempre será a maior desconfiança daqueles que confiam cegamente em tudo que se é confiável.
Confie em si mesmo. Se tiver coragem para tal atitude, afinal esta se faz extremamente perigosa caso você não seja um robô.
Nunca confie nas mulheres, somente observe-as... E tome cuidado, o menor descuido com elas e perderá para sempre seu juízo.
Não dê confiança a previsão do tempo apenas abra um sorriso num belo dia de sol e agradeça se ainda lhe sobra tempo para se angustiar com uma simples chuva.
Com comidas a confiança é ainda mais desnecessária, um mísero macarrão sem molho torna-se uma grande refeição se o cozinheiro for de alguma forma uma pessoa especial. Da mesma forma, um maravilhoso banquete pode se tornar uma réles salada de jiló caso seja oferecido por seu vizinho antipático.
Se gostar de futebol, nunca, em hipótese alguma, confie num árbitro. Se não gostar, mesmo assim não lhe de confiança.
Nem pense em confiar no que assiste na televisão, caso o faça, haverá de acreditar que sua vida é uma bizarra novela, que traficantes invadirão sua casa de madrugada, que o Brasil não conseguirá sediar a copa, mas... tudo estará bem, pelo simples fato de você passar Doriana no seu pão.
Não confie em produtos baratos, nem nos caros, o custo benefício pode ser aquém do esperado.
Aliás, como já disse não confie em nada; pessoas, bebidas, lugares, roupas, carros, músicas, animais, chaves, vassouras, balas, remédios ou placas. Não confie em nada.
Mas caso ache-me um desiludido naturalista, ofereço uma singela e discreta dica: confie no sorvete de creme, este sim, terá o mesmo sabor em qualquer lugar que o ache. Do resto, meu amigo, não confie em nada!
Gabriel Ortiz Carrasco